Náusea

É angustiante a náusea da existência

Do dia esvaindo e entrando a noite

Acalmada toda a tormenta

Da dor que é existir no nada

É calmo e tranqüilizante o sono

Assim como é doloroso viver

Pois viver é apenas estar

Na desilusão que traz o dia

E no dia...

É no dia que busco respostas

É no dia que sei da minha existência

É exatamente no dia que me desconsolo

Mas que consolo supostamente teria?

Apenas iludir-me-ia, como todo o resto

Sofro, sofro estes versos...

Mas sei que se sofre na verdade

Esta vergonhosa e mentirosa verdade

É ela que tenta consolar os homens

Mas tudo não passa de mero senso comum

Pois verdade, existência...

São apenas pseudopreenchimentos do nada e do vazio

Que vagarosamente destroem o ser.

Mundo Novo, agosto de 2005

Gustavo Chaves
Enviado por Gustavo Chaves em 05/02/2006
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