Náusea
É angustiante a náusea da existência
Do dia esvaindo e entrando a noite
Acalmada toda a tormenta
Da dor que é existir no nada
É calmo e tranqüilizante o sono
Assim como é doloroso viver
Pois viver é apenas estar
Na desilusão que traz o dia
E no dia...
É no dia que busco respostas
É no dia que sei da minha existência
É exatamente no dia que me desconsolo
Mas que consolo supostamente teria?
Apenas iludir-me-ia, como todo o resto
Sofro, sofro estes versos...
Mas sei que se sofre na verdade
Esta vergonhosa e mentirosa verdade
É ela que tenta consolar os homens
Mas tudo não passa de mero senso comum
Pois verdade, existência...
São apenas pseudopreenchimentos do nada e do vazio
Que vagarosamente destroem o ser.
Mundo Novo, agosto de 2005