MEU AMIGO OCULTO

Ó meu refúgio, meu discreto amigo.

A ti dirijo a minha voz oculta

Que tu recolhes no teu gesto sábio

E me orientas no clamor da dúvida.

Filho prudente do temor calado,

Tal qual meu jeito de pouco falar.

A ti buscando sigo pela estrada

Quando algo preocupa o meu pensar.

A ti, ó grande mestre dos prudentes,

Entrego sempre os falares de minh'alma.

Todo o bem ou mal comunicável,

Que faz de mim, humana e vulnerável.

Vem sempre estar comigo, meu amigo,

Neste lugar onde te pões quieto.

Onde te fechas comigo em tua esfera

A me atender solícito e discreto.

Terás aqui os teus cuidados satisfeitos,

Para que fiques sempre agradecido

Nas sombras em que formas teu conceito,

Ó meu SILÊNCIO e meu oculto AMIGO!

Ceres Marylise
Enviado por Ceres Marylise em 05/02/2006
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