MEU AMIGO OCULTO
Ó meu refúgio, meu discreto amigo.
A ti dirijo a minha voz oculta
Que tu recolhes no teu gesto sábio
E me orientas no clamor da dúvida.
Filho prudente do temor calado,
Tal qual meu jeito de pouco falar.
A ti buscando sigo pela estrada
Quando algo preocupa o meu pensar.
A ti, ó grande mestre dos prudentes,
Entrego sempre os falares de minh'alma.
Todo o bem ou mal comunicável,
Que faz de mim, humana e vulnerável.
Vem sempre estar comigo, meu amigo,
Neste lugar onde te pões quieto.
Onde te fechas comigo em tua esfera
A me atender solícito e discreto.
Terás aqui os teus cuidados satisfeitos,
Para que fiques sempre agradecido
Nas sombras em que formas teu conceito,
Ó meu SILÊNCIO e meu oculto AMIGO!