Alimentar a dispersão...
Seus olhos me consomem
Sua boca me rende
Suas mãos me prendem
Sua lembrança completa meu corpo dos pés a cabeça
O universo a girar
Um ponto nele sem certeza de onde chegar
Difícil nutrir a razão...dispersar a emoção
Flor bela que em seu espinho me faz sangrar
Perfume que pelo ar me faz chorar
Me contenho até doer
Disfarço, me curo e tú insistes em ser
No travesseiro onde meus sonhos desembaraçam
Sinto sua respiração em minha face
Fazendo meu coração bombear em escala maior a cada segundo
Certa de que ao abrir os olhos naquele instante
Teria a vista da noite mais deslumbrante...
Mas...algo maior que se chama razão
Me faz virar o rosto e então
Fugir daquele vento quente...
E trocar o lado do travesseiro e dos sonhos como quem muda o canal da tv
Tentando crer enganadamente que a vida funciona como um controle remoto em minha mão...
Será passageiro, esse que me leva?
Será minha cura verdadeira? Ou minha doença?
O que será? Que será?