CORPO DE UNIVERSO
Queria ser uma astronauta errante
ou ser ainda um travesso asteróide,
a brincar pelo espaço sideral.
E lá de longe, nesse mundo estranho,
eu bordaria o tempo dos meus anos,
no tear de uma galáxia espiral.
Ter o perfume de lua no meu corpo,
ser toda afora, nada ter cá dentro,
como o ar e o silêncio combinados.
Ser total como a música que emana
do crânio colossal de algum planeta
e atravessar a imensidão do espaço.
Ser vertiginosa caindo céu abaixo,
escrevendo somente com estrelas
de minha vasta cabeleira de cometa.
E depois, com estas formas de universo,
lhes mostraria todos os meus versos
num arco-íris de PAZ aqui na Terra.