Adeus, João Paulo II

Adeus

João Paulo II

Toda separação é dolorida

E implica um sentimento solitário

Não pode despedir-se, a própria vida

Num simples adeus comunitário

Há que se refugiar a sós

No secreto onde habita a mesma Luz

Permitindo que se desatem os nós

E todo sentimento, que lhes façam jus

E então, se esgotar na mesma dor

A desvencilhar-se penosa e sem alarde

Absorver, como se pode, o dissabor

No fogo que no peito, alastra , inflama e arde

Despedir-se de vez de um amigo

É por demais penoso e aterrador

Como se nos afastássemos de um abrigo

Que nos foi, constantemente, acolhedor

Vai, enfim, resgatado pela morte

Retornar ao lugar de onde veio

Pelegrino, ousou sempre na sorte

Não recuando, frente a nenhum receio

Vai nosso amigo tão querido

Ao novo lar, que o Pai lhe concedeu

Por nós, jamais será esquecido

Sua Santidade, João de Deus!

Priscila de Loureiro Coelho
Enviado por Priscila de Loureiro Coelho em 13/04/2005
Código do texto: T11081