NOITE

A noite surge..., lenta, mansamente....

Vem dedilhando liras de saudade,

Cantando a vida breve, a brevidade

Do amor, do amor fugaz, impermanente...

Quedo-me lasso, frouxo, molemente,

Sem esboçar qualquer atividade;

O pensamento ao léu, na imensidade,

Enquanto a noite flui, suavemente...

E vou tecendo rimas regulares,

Velhos refrões soltando pelos ares...;

Cantando a noite triste, o himeneu

Das minhas horas lânguidas, confusas...,

Florais de sombras, nebulosas musas;

Carpindo um amor que tive e que morreu...

Valdez de Oliveira Cavalcanti
Enviado por Valdez de Oliveira Cavalcanti em 17/11/2004
Código do texto: T111