Renascimento

Eu descansava sob o úmido

Sentia o cheiro forte do lodo

À sombra, deitava estagnado

Enchia-me de paz o corpo todo.

A calmaria plena me invadia

O vinho esquentava o peito

O cheiro de morte ali ardia

Eu queria viver ali daquele jeito.

As lembranças árduas de um tempo

Em que eu não sabia do fim

Angustiava e chorava por dentro

De um jeito que era dor, sim.

E a dor que era prazer e viciava

Como por sangue também se vicia

Era agora paz, junto à lua

Que, junto comigo, renascia!