Evocando

Entre mim, um funeral sem flores,

E uma lágrima disparada em forma de tiro!

De seus olhos tristes e tão agressores,

Com tantas perguntas, ao qual eu não inquiro...

Sua alma no espelho do rio é concomitante,

Com sua presença, diante dos olhos meus...

Construindo palavras a cada instante,

E num sentido acróstico, tenta encontrar um apogeu...

Mas te digo que este salmo, e de vidas passadas,

Pois a vida passa, e os momentos se perduram...

Porque a memória jamais poderá ser apagada,

Mesmo que sazonada, por remédios que não curam...

Porque me fui, junto às chuvas de agosto,

E para teu desgosto, não pude me despedir...

Então me evocaste, com a lágrima de teu rosto,

Para chorar contigo, esta dor sem elixir...

Pois te sobraram as penas, desconsoladas,

E a mim mais nada, do que partir com Deus...

Agora eu sei que minhas pegadas serão apagadas,

E não estarão mais ao lado dos passos seus...

Então não chore por entre as cruzes envelhecidas,

Evocando à terra, a esta flor que já murchou...

E mesmo que ainda lhe arda às feridas,

Saiba que o tempo, ao seu amor eternizou...

Anjos ou Demônios
Enviado por Anjos ou Demônios em 15/02/2006
Reeditado em 15/02/2006
Código do texto: T112265