ENCONTRO NO TEMPO (*)

A minha pele quer beijar a tua carne.

É simplesmente fome

Desejo rebelado.

No capim molhado,

A navalha da luxúria

E, no sal das tuas entranhas,

Minas de secretos gritos e silêncios.

Vem!

Façamos o que ordena o tempo

Na inconsciência que nos multiplica

E espanta.

Mais uma vez eu olharei o meu desejo

E outra vez mais tu olharás a cor do tempo

Esmaecida ou bronzeada no abstrato tempo.

Homem e mulher, nesse momento,

Não teremos compreendido bem o que se passou.

Mas o tempo, este estará seguro

E satisfeito.

(*)Revisto e modificado em relação ao texto publicado em "O Velho Testamento", ed. do autor, 1988.

Nelson Oliveira
Enviado por Nelson Oliveira em 16/02/2006
Reeditado em 17/02/2006
Código do texto: T112616