Afrodisíaco

O som do teu sorriso

Tem uma corda em uníssono

Com a minha liberdade...

Um acorde que toca dentro de mim

E meu coração explode de felicidade.

A música cura no mais amplo sentido da palavra...

E teu sorriso é música,

Alucinógena,mágica

Na qual meu instinto embalado baila

Melódicas tuas palavras!

Acompanha tua luminosidade etérea e fugaz.

Ousei colher você na minha ânsia

Por uma centelha ínfima que fosse,

No receio de minha solitária escuridão

Seduzida pela suavidade de teus gestos

Da áurea sensual que emana de teu corpo

Pode sentir teu cio, tua textura de pele

Teu toque macio...

Aventurei-me no abandono dos teus carinhos

Deliciando-me com o espetáculo de tua delicadeza.

Gestos de um sedutor,

Estudados para agradar...

Amante da paixão.

Tão singelo teu sorriso

Brincando brejeiro no teu semblante tranqüilo

Minha Psique se recusa a olhar de frente,

Prefere o transparente, ilusionário, imaginário...

Fictício mais febril, viril... Tão sutil!

Numa cor de anil... Tom sobre tom!

É tua áurea a rebrilhar no meu olhar

Apaixonado!

Vermelho carmim, paixão, enfim...

A música de Orfeu

Transcendendo teus lábios

Envolve meu silêncio interior

E arrebata todo o meu fulgor

Por que não dizer,amor!

Aquece a lava morna adormecida

Que entra em ebulição para o alto

Escorrendo para baixo,

Incendeia meu corpo, deixando em brasas minha lascívia

Segue destruindo toda a precaução na passagem...

Minha terra firme se move,

Vagando pelo globo incansável

Em constantes choques

Pressionando as cordilheiras de mim,

Rarefazendo meu ar assim...

Afundando terras, um dia planas nas

Em águas profundas, profanas...

Um mar de sensações, ilusões.

Voluptuosa minha Afrodite se ergue inteira

Inerente a minha vontade, se apossa de minha inocência

Aproveita-se de minha carência...

Domina meu corpo, invade meu instinto

Despe-me as vestes

Deixa-me entregue,lânguida, nua...

E sacrifica meu sexo no altar da tua luxúria

Invocando um nome que é teu!

Uma mulher nova surgiu de dentro de mim

Vomitando lavas em mares gelados

E formando novas superfícies

Desertas e hostis

Onde o eco que escuto

É sempre o som do teu sorriso

A me seduzir!