A pena e a espada

A pena e a espada

Não cala o poeta mordaz

nem estanca o sangue da pena,

põe ele no papel o que lhe apraz

escárnio disfarçado em poema.

Desafia com riso escaninho

os donos do poder mesquinho

sua pena é sabre, florete, espada

com a qual fere a sociedade descuidada.

Não teme ele tangíveis desafetos

defende-se o duelista com a rima

seus adversários tremem inquietos

pois e feroz o peta em sua esgrima

São finas, irônicas, certeiras

as construções de cínicas respostas

penetra sem pudor as almas rasteiras

mexe, abre e salga as feridas expostas

Abriga, no entanto em seu peito

carinho, paixão e afeto

tece versos de amor sobre o leito

da amada que o abriga sob o teto.

12/08/2003