SUPLÍCIO

Plantei roseiras no meu coração,

De rosas brancas, negras, amarelas.

Abri, tranquilo, todas as janelas

Do bardo peito, triste, sem paixão.

Pus-lhes estrelas, ricas arandelas,

E renovei as sedas das cortinas;

Dei-lhes, do céu, as cores celestinas

E fiz o mar quebrar bem junto delas.

Mas..., entretanto, quanto mais me aplico...,

Mais me esforço..., tanto mais suplico...,

O coração me foge, mais me falta...

E mais e mais resiste, não se verga...

Meu coração é assim..., nunca se enxerga...;

Mais solitário fica..., mais me mata!

Valdez de Oliveira Cavalcanti
Enviado por Valdez de Oliveira Cavalcanti em 17/11/2004
Código do texto: T116