Extenuado
Cansado. Sim, eu estou.
Olhos cansados de encarar o vazio
Boca cansada de murmurar sozinha
Face cansada de sorrir ao nada
Mãos cansadas de afagar o indesejado
Pernas cansadas de andar a esmo
Cansado de ouvir o que não quero
De fazer o que não desejo
De viver outra vida... que não é minha
Não será a morte a trazer-me descanso
Seria apenas uma fuga, uma covardia
Além de uma eterna lamúria arrependida
Será na vida – sim! Essa muito mais prazerosa
Que encontrarei meu descanso
E, determinado, despontarei da mediocridade.