Da série Mulheres que Passaram - III
Sempre olho o fundo das gavetas e as páginas amareladas de cadernos antigos. Saudosista do que fui e das coisas que me construiram no presente. Daí a não vergonha de expor versos tão pueris, rompantes de paixonites juvenis. Este também sou eu.
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Soraya
Soraya,
gentil forma de mulher
de traços delicados,
nariz arrebitado e petulante,
desafiando o mundo.
Se fosse uma flor
eu diria que era uma violeta
de aparência frágil
mas com perfume forte e envolvente.
Cabocla morena,
da cor dos trópicos,
com toque quente
com o calor do Brasil.
Índia arisca,
com o tempero das matas
com o mistério dos bichos
selvagem ente doce
docemente selvagem.
Criança com a idade da razão.
Te quero sempre
dentro do meu coração.
Rio de Janeiro, 18/03/1984