Amor abandonado...

De repente a vida se reduz

Olho minhas mãos vazias de nos

E como se nada mas importasse

Desejei-te em meus sonhos perdidos

Fiz-te mulher no cio em versos soltos

Misturei cores em fantasias esquecidas

Quando que por inteira te despi...

Amarrotamos lençóis, espalhamos roupas pelo chão

Amamos-nos como se a tudo ignorássemos

E agora o que fazer com tudo isso?

E um misto de dor e alegria te esquece

Devo te reencontrar em outros braços amargos

Outras bocas secas sem o ardo dos desejos teus

Há quanta tortura me bate o peito

Se por ti me fiz menino pra brincar com seus amores

Fiz-me homem para encontrares a segurança perdida

Fiz-me monge para teus segredos guarda

Se pra você fiz canções, contei historias, fui rei e plebeu

Fui palhaço de um circo sem lona abandonado e te fiz sorrir

Agora poeta de uma historia mal acabada sem fim

Sozinho em um canto esquecido como um livro empoeirando

Um poema não terminado, um olhar definhando

E por um amor abandonado...