Um estado alterado talvez?

Um piscar de olhos traz imagens

Meu peito aperta trazendo suspiros

Um flechar na alma desperta medos

Simplesmente nada o tem, somente meu travesseiro, meu retiro.

Às vezes sou mais forte que ela, muito mais forte!

Me destaco entre as mais insistentes estrelas no céu a piscar

Outras vezes ela vem sem bater, sem perguntar se pode ou se deve entrar

Me fazendo este papel rascunhar

Ontem, numa película, observei alguns indígenas

Em uma cena havia uma distância, uma separação

E o Cruzeiro do Sul bem alto no céu

Era entre eles, sua comunicação.

Poderia eu consciente pactuar com seu inconsciente?

E poderia o Cruzeiro do Sul entregar-lhe meus recados?

Os recados mudos que meus olhos dizem...

Chegassem em ti num rasante e pelas nuvens adoçados...

Adocicados pelo suor de ser e estar

Adocicados pela minha vontade de ser Mulher

Adocicados pelo desejo de te ter em mim

Adocicados pelo impetuoso movimento do interim

Soltar-me como quem cai do décimo oitavo andar

Pensar em nada. Nem na queda...

Sentir o corpo leve e fugaz num êxtase de descontrole mental

Despedaçar no chão sem dor, de tão inerte a matéria real

Embriagada numa sensação quase sem definição

Bato em meu próprio rosto para do sonho acordar

Mas o corpo pesa demais, pois está aqui e não lá

Continua então minha mente livre no processo de recriar

A embriaguez toma conta...

No intermédio do tempo escrupuloso

Um orgasmo sentido em escalas...

Escalas infinitas sem dó, sem si, nem lá...

Escalas dos murmuros das cordas vocais

Que nenhuma língua traduz, nenhum ouvido entende...

Acima do alcance de qualquer um daqui ou dali...

Diante disso quase mais nada me surpreende...

dáRidA faGgi
Enviado por dáRidA faGgi em 15/10/2008
Código do texto: T1230066
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