Minh'alma

Angélica T. Almstadter

Minh´alma apertada no peito

Tece as minhas aflições

Porque não sabe se defender

Do meu eterno morrer

Do laço quase desfeito

Do meu arsenal de emoções

Minh´alma engasgada na angústia crua

Não aprendeu a filtrar

Os meus desejos tolos

Os meus sonhos escondidos

Na sua aparência nua

Minh´alma se revela leve

Ainda que se debata, atada

Com receios de estar

Com seu devaneios bobos

Ainda que se apague seus sentidos

Que cale a voz com sofreguidão

Minh´alma não apaga o colorido

Do amor que hospeda o coração

Frágil e indefesa

Minh´alma permanece presa

Ao dilúvio que arrasta sua fina estrutura

Aquecida na sua própria essência

De docilidade e ternura

Cultivada na carência

Minh´alma guarda meus apelos

Fecha em copas suas pétalas

Não desata os novelos

Aquieta suas falas

Adormece no colo da noite fria

Entre lágrimas e saudades

Num ritual de agonia

De seus próprios embates

Minh´alma inquieta

Servil se prosta no silêncio total

Enquanto o corpo não se aquieta

E ao redor tudo parece banal

Minh´alma medita

Minh´alma contempla mergulhada

Naquilo que acredita

De forma eternizada.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 21/04/2005
Código do texto: T12369
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