Ausência corruptiva

Você nunca está presente

Nem nos momentos bons nem nos ruins

Nunca me faz companhia, mesmo distante

Nunca me diz uma palavra de afago

Nunca me felicita quando convém

Suas palavras perdem-se no ar

nunca chegam até mim

nunca me confortam

nunca me animam

nunca me erguem, quando preciso

Seu silêncio é arma atroz

é remédio amargo, intragável

é como planta sem água

solo sem chuva

Oh, ausência corruptiva!

Chega a sangrar o peito

Adoece o corpo por inteiro

Adormece por entre espinhos

Não recebe o néctar da existência

Quase desfalece, não fosse o amor divino

Elian Bantim
Enviado por Elian Bantim em 24/10/2008
Reeditado em 24/10/2008
Código do texto: T1246553
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