Perpétuo

Esta branda névoa de inverno,

Aos poucos turva minha visão

E os meus sentidos ao breve se dissipam,

Onde o negro manto as boas vindas me dá.

Enquanto a escuridão me arrasta,

A velha mariposa em que silêncio

Sobre o cabelo úmido se repousa,

Anuncia então a vinda dos cavaleiros.

O crucifixo e o velho rosário,

Estão envoltos ao véu escarlate,

Onde podem sobre mim verter

Como lágrimas da majestade que sangra

As tão pequenas folhas,

Que ao simples cair,

São como navalhas impetuosas

A retalhar rudemente minha carne

Agora o poço das profundezas

Com a insigne escuridão,

Em uma melodia melancólica

Me convida a afundar neste abismo.