Eu, Mulher
Angélica T. Almstadter
Ave que migra
Mulher, amante, amiga
Sou conforto para coração
Assim, inimiga da razão
Sou mulher, intrigante
Ferina, intrépida, mordaz
Só pra ti fascinante
Envolver, sequiosa e voraz
Sou boca, pele e seios
Mulher, inquieta bandida
Desgovernada, sem receios
Amante desmedida
Sou a sedutora desconcertante
Que te deixa receoso
Te busca e afaga delirante
Oferta de amor guloso
Sou do amor prova concreta
Inteira, aberta, disposta
Corpo pedinte, alma indiscreta
Vagando em loucura exposta
Te acho, onde me encaixo
Onde o gozo é seiva de vida
Por onde dos padrões sou capacho
E os despejo aguerrida
Sou o amor suando por todos os poros
Me debatendo numa cama fria