Fragmento I

Alguém deixou uma marca naquele canto de sala.

Não fui eu nem um outro,

Foram todos que passaram por aqui.

Um piano chora.

Minhas mãos tateiam o vento

E há tanto silêncio deste lado.

Alguém esqueceu um riso na porta.

Ainda posso ouvir sua mudez,

A criança não cresceu,

Continua menor e frágil.

Simplesmente um afeto que fosse.

Seria de novo alegria.

Minha terra é o mundo dos homens

E, no entanto, não sou daqui.

Deixem que os meus passos sigam o que escolhi.

Permitam-me tentar mais uma vez.

Agora me recolho aos lençois

Para amanhã desperta ainda escuro

E ver o abrir braços da aurora.

Amael Alves Rabelo Júnior
Enviado por Amael Alves Rabelo Júnior em 13/11/2008
Reeditado em 13/11/2008
Código do texto: T1281413
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