EPÍLOGO
Que as ondas levem esta aurora fria
Onde pisei o solo de superfície árida
A solidão de muitos atrás das cortinas
O silêncio das conchas na orla da praia
Que as ondas levem minhas horas intensas
Inundem os dias na folha do calendário
Nenhuma lembrança no meu peito ressoe
A não ser a deste instante perfeito e vário
Que as ondas levem o sonho que tive
Não tragam novamente as manhãs de março
Para que eu encontre um outro caminho
Ao quebrar recolham também os meus passos
Que as ondas levem cada adeus
Grãos de areia que uma vez perdi
Que não volte mais a nostalgia
Do futuro que passou e não vivi.