JUSTIÇA BRASILEIRA
Senhora, nunca foste tão indigna de confiança!...
Porque cega deves ser, não tua espada,
assim como, infiel, tem sido o fiel de tua balança!
És fraquíssima, senhora, se tua espada
aos grandes crimes e aos perversos não alcança!
És fragérrima, Senhora, se à canalhada,
se esquiva de pesar, tua balança!
És injusta, senhora, se és usada
E contra o crime certo e evidente, não te lanças!
És pior, quando és manipulada,
amparando ao que não é de confiança!
Onde a venda com que tu te vendavas?
Vês? Vazaram-te os olhos, à própria lança!
Eme Paiva
26.03.06