IRONIAS DESPIDAS
Meu corpo floresce em cinzas,
Renova-se, rejuvenesce
Mas é apenas corpo, matéria
Células descarnadas de ser
As ideias não gritam mais
Estão velhas e hediondas
Sobem e descem
Descem e sobem
O corpo é brinquedo de criança nenhuma
Ironias despidas e cruas
As que correm na rua
Correm sem pressa
Deslizam e aplainam
Consomem-me as ideias inertes
Então eu flutuo em mim
Brinco e gasto cada sonho
Analiso-o, bebo-o!
Estico meus braços de cetim e corro,
Corro, corro, corro…