NUA
Nua.
É como, pouco a pouco,
me tens diante de ti.
E é teu olhar quem me desnuda,
perscruta-me os segredos
investiga-me a alma...
Lenta e delicadamente deixas cair,
um a um,
os véus que me cobrem.
Nua.
Minha nudez te encontra surpreso.
E mais ainda a mim mesma.
Nem sei porque tanta surpresa...
Era tão certo que me adivinharias...
Teu olhar demonstrava,
afirmava, garantia....
"Hei de despir-te toda,
descobrir os teus segredos,
deitar ao chão os teus véus..."
Nua.
Não a nudez que incomoda,
que amedronta, que expõe...
mas uma nudez tranqüila,
um estar à vontade,
um estar leve..
Os véus são agora inúteis.
Não há nada a cobrir...
Há uma alma despida.
Nua