VIDA E ARTE
VIDA E ARTE
Parte de mim
se vai num riacho.
Suplico o dia
que se vem a estender.
Parte de nós
o mesmo facho
numa triste
cantiga sem fim.
Parte que sou
raia a sete palmos.
Parte que vais
um dia mais calmo.
Parte sentido
na volta volver
em mim o gemido
de quem quer sofrer.
Parte aurora
acima do telhado.
Parte aflora
o choro no costado.
Parte sem parte
como quem quer ver
a vida e a arte.
Parte que voas
como aeroplano
em deslize.
Parte que avise
o que esperam tanto...
tanto portanto parte que sofre.
Fernando Medeiros
Campinas, é primavera de 2008.