bjo antivírus
Como um trapo velho escrevo sem tinta na tela das dores computadas.
Um ser sem ser,
jogado,
com medo das palavras,
assustado ao menor vento,
coisa magra na alma.
Se fazer ver ao longe é inevitavel
permitir q te vejam menor a cada passo é inevitavel
chorar o pranto das horas mortas
é inevitavel
As pontas dos meus dedos escrevem
Nao mais a margem rabiscada
Nem as pequenas palavras no vão das linhas.
Sensação de deletação.
Ação apagada como nossa imagem que andando pelas ruas assustava os infelizes.
O reencontro com essa imagem
puxaria o canto de minha boca
com a linha suave da leveza,
mas, eu é quem alimento esse arquivo.
renomeio-o nesse instante
restauro-o nesse instante
apago-o nesse instante
e desligo.
os meus dedos desaparecem,
minhas mãos,meus braços...
Recorto-me
copio-me
colo-me
Me vejo disforme.
finalmente a imagem interior!
Meu profile evidente
O real perfil!
Choro
por sentir que certas coisas se auto excluem
pela falta do bjoantivírus.