bjo antivírus

Como um trapo velho escrevo sem tinta na tela das dores computadas.

Um ser sem ser,

jogado,

com medo das palavras,

assustado ao menor vento,

coisa magra na alma.

Se fazer ver ao longe é inevitavel

permitir q te vejam menor a cada passo é inevitavel

chorar o pranto das horas mortas

é inevitavel

As pontas dos meus dedos escrevem

Nao mais a margem rabiscada

Nem as pequenas palavras no vão das linhas.

Sensação de deletação.

Ação apagada como nossa imagem que andando pelas ruas assustava os infelizes.

O reencontro com essa imagem

puxaria o canto de minha boca

com a linha suave da leveza,

mas, eu é quem alimento esse arquivo.

renomeio-o nesse instante

restauro-o nesse instante

apago-o nesse instante

e desligo.

os meus dedos desaparecem,

minhas mãos,meus braços...

Recorto-me

copio-me

colo-me

Me vejo disforme.

finalmente a imagem interior!

Meu profile evidente

O real perfil!

Choro

por sentir que certas coisas se auto excluem

pela falta do bjoantivírus.

Tiago Branco
Enviado por Tiago Branco em 08/12/2008
Código do texto: T1325217