O depressivo

Apagou-se a luz,

Engolidos pela escuridão, pelo medo,

Vemos-nos rodeados de fantasmas

Que gritam, urram, envolvidos

Em suas mentes brancas e frias;

Sentimos nosso corpo gelar.

Os pés e as mãos amortecidos;

Nesse momento o barulho do silêncio é infernal;

Os minutos tornam-se infinitos;

Cresce a angústia;

Cresce o desespero em busca de um fio de luz;

De repente uma fresta no telhado surge como um clarão...

Esfregamos os olhos na esperança de vê melhor.

Logo percebemos que é apenas o brilho da escuridão;

Mergulhados no silêncio;

Deixemos que os olhos se fechem;

Partimos para uma longa viagem em busca de luz;

Viagem que nos leva a um lugar que

Ao invés de fantasmas, há anjos;

Abrimos os olhos;

A escuridão que aterrorizava há pouco

Torna-se divertida;

Ela muda de cor; hora vermelha;

Hora roxa, hora azul, lilás...

E no bailar das cores despertamos

Mais uma vez...

Vencemos o medo, agarremos na esperança.

Por alguns minutos fomos alertados:

Cuidado! Tenha compaixão de te!

Um monstro está a espreita.

Fuja da depressão!