O leito do rio

Um dia lá estava eu a chorar ao leito de um rio,

ouvi uma voz, uma voz silenciosa e invisível,

senti um vento frio,

levantei-me sem dar um só pio.

Achei tudo um pouco sombrio,

tive medo, não via nem entendia nada.

Senti algo passar junto aos meus pés,

me arrepiei junto ao susto que levei.

Senti algo muito ruim,

então me deitei de novo ao leito do rio,

de um jeito que ele molhasse a ponta de meus cabelos,

meu corpo leve se posicionava de maneira vunerável a tal sombra.

Percebi que deveria deixar tudo acontecer da maneira que tivesse de ser.

Virei-me de modo que olhasse para o céu.

Comecei a pensar, vi a primeira estrela do céu.

Vi refletidos nela meu passado, presente e futuro sorrirem pra mim.

Me senti aquecida por dentro e já era tarde da noite.

Vi um sorriso se estampar em meu rosto.

Uma lagrima escorreu de meus olhos que se fecharam.

Já não tinha um motivo para chorar, não lembrava mais porque chorava.

E a alegria tomou conta de meu corpo.

Continuei a me deitar no leito do rio todos os dias mas não pra chorar, mas para me sentir cada dia mais feliz.

E o vento sombrio não era mais sombrio, me mostrou as belezas da vida,fez com que eu fosse cada dia mais emotiva.

Ísis Alvim Machado
Enviado por Ísis Alvim Machado em 22/12/2008
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