Sepulcro

O câncer no útero do ódio é fruto desse amor melancólico infeccionando o meu coração

Putrefata a carne da saudade quando já amanhecia no leito da mágoa, já era cólera de raiva a visita incestuosa

É crônica as cólicas de arrependimento

Que faço agora?

Perfura-me o pulmão tanta covardia

Chorarias tu também comigo se me visse assim

A tristeza virou uma dor permanente em minha cabeça

Tentaram estancar-me essa hemorragia de sofrimentos e só acalmaram os nervos da solidão

Dou golfadas de sangue para libertar-me das purezas da libertinagem

Até a minha sorte surtou e fugiu com o cansaço, não tiveram coragem de enterrar-me

Falece com o pôr-do-sol a paciência de viver

Desfaleço diante da minha ingratidão

É o fim, falência múltipla de sentimento e o amor acaba de apodrecer no meu peito

É com certo desespero que te enalteço

Agora jaz mais uma infeliz e mortal

Luyzla Garrido
Enviado por Luyzla Garrido em 07/04/2006
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