Labirinto de mim mesma

Tenho a fraqueza de uma flor e a fortaleza do vento

Sou o mar bravio e uma poça d'água rasa

Sou mistura inequívoca de sentimentos e resulto em algo incerto e inextrincável

Adversamente proporcional ao avesso

Eu mudo no revés do encontro

Eu não te faço cais, eu não me sou porto

Eu não me tenho em alguém

Eu não me deixo ser, eu só quero estar

Eu faço tudo pra não ir, eu não sei voltar

Não me faça ficar, sou senhora do meu domínio

Sei que confundo, mas eu sou isso: pó!

(me disperso no ar)

Deixo meu cheiro no rastro e meu gosto no tato

Esconderijo de mim mesma nos meus olhos

Eu fujo, mas não perco o caminho

Sou labirinto

Sem sombra

Sem passos

Sem traços

Nem feição

Nem em afeição eu me disfarço

Risos no sal de uma lágrima

Soluços de um choro em gargalhadas

Tira as mãos de mim, eu sou senhora do meu domínio

Não me sinta falta, eu não sou saudade

Bata na minha porta mas eu não me faço moradia

Só abrigo minha própria vida

Luyzla Garrido
Enviado por Luyzla Garrido em 07/04/2006
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