Poesias de Bolso 90 ( Ser tão sertão! )

Da inclemência do sol

- Luz que abastece e renega -

Ou antes do feixe primevo

- Raio que contempla e ofusca -

Parido no antro atro do mundo

Medra a flor de esquálidas pétalas

O fio afiado das navalhas

Tosquiando a pele dos dias

Revela e vela suas agruras.

Pai nosso de cada pão feito semente

Trigo ardente em solo tórrido

A lágrima de olhos sem brilhos

Lavando a dormência da terra

Quem sabe um novo porvir?

Na cova rasa onde sonha a esperança...

Aldo Guerra
Enviado por Aldo Guerra em 28/12/2008
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