LÁBIOS

LÁBIOS.

Molduras o rosto. Expressas o que sentes, se triste ou contente. Beijando pescoço, emprestas sorrisos. Lábios que tenho, pintei-os nos camarins e os pintarei por toda vida, de noite e de dia. Deixo em testamento quando vida deixar, que pintem meus lábios grossos antes de no caixão entrar.

Se batom não existisse, eu inventá-lo-ia. Boca sem lábios pintados, sem aguçar fantasias não seria boca minha. Trouxe meus lábios grossos e eu os adornei, manchei muitos colarinhos ao roçar os lábios meus, nem sabão tirou as manchas, manchas dos lábios meus.

Uns dirão indecentes os versos que farei eu, outros aplausos darão. Digo quão grata a meus lábios, adorno de boca e batom. Ouvi por onde passei que lábios chegam primeiro, meu sorriso faceiro, desperto com meus lábios desejos.

Hipocrisia. Oslábios que tenho eu, desejo de toda mulher. Umas cirurgias fazem e passam a vida negando, censurando lábios grossos. Lábios que tenho eu. Boca que sorte teve ter recebido esses lábios que emolduram riso meu.

Lábios finos, lábios grossos, pergunta o poema meu. Quem beija ou beijou meus lábios, quem beijos meus recebeu, difere beijos roubados dos grossos lábios meus. Estes carimbos deixaram, difícil não recordar, quem grossos lábios beijou, dos beijos em lábios grossos que outros lábios beijou.

Por Deth Haak 2/11/2004

Deth Haak
Enviado por Deth Haak em 29/04/2005
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