VIDA E MORTE
Te espantas quando digo que
Vivo e morro a cada instante,
Quando respiro.
Que sou ao mesmo tempo
Vivo e morto no hiato...
Me pertenço totalmente
E sou o todo, cheio dos segredos,
Nos picos onde a onda me inverte:
Hora na luz, hora na sombra...
Me encontras sempre no meio.
Por isso só me compreendes assim:
Humano de tudo, no andar e no falar,
No corpo e meus fluidos a que tanto amas
Porque te trazem energias que não compreendes.
Um dia te chamarei para respirar comigo...
Te levarei na harmonia do ser-não-ser,
Então, saberás quem sou e quem és
E o segredo estará revelado:
Verás com os olhos meus
E já não terás a certeza
Se és eu ou tu
E todos os olhos de toda a humanidade
Serão os teus olhos que viram tantas coisas;
Saberás, enfim, que os teus olhos não te pertencem,
Mas, que são as janelas abertas para imanifesto ver...