Alter ego
no espelho dessa mágoa
sorri um retrato em preto e branco,
há flores levemente perfumadas
pintadas nas mãos brancas do lado de cá.
foi o vento quem soprou novas palavras,
que não ousaram quebrar o cristal
para encontrar meus dedos afoitos;
escorreram molhadas pelo veio
a desaguar no rio do esquecimento.
está lá, olhando -me sem expressão
o mesmo olhar duro
que ora sorri, ora dorme
tentando enxergar além de mim
o eu sem história pra contar.