Alter ego

no espelho dessa mágoa

sorri um retrato em preto e branco,

há flores levemente perfumadas

pintadas nas mãos brancas do lado de cá.

foi o vento quem soprou novas palavras,

que não ousaram quebrar o cristal

para encontrar meus dedos afoitos;

escorreram molhadas pelo veio

a desaguar no rio do esquecimento.

está lá, olhando -me sem expressão

o mesmo olhar duro

que ora sorri, ora dorme

tentando enxergar além de mim

o eu sem história pra contar.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 17/01/2009
Código do texto: T1390256
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