Sensações

Senti um ar de inquietação muito forte,

um calor sério e mórbido

movido pelo vento seco e calmo.

Eu não era mais eu,

era apenas uma alma morta

a vagar por entre os vivos.

Senti um frio encorajador

me perseguir velozmente,

como o predador persegue a preza.

Meu espírito não era mais meu;

pertencia a quem chegasse primeiro.

Senti um desconforto débil,

acompanhado de uma insensatez febril,

perfurarem minha mente,

martelando sem piedade.

Ouvi um ruído surdo, inquieto;

querendo ser ouvido, agraciado, compreedido...

Não pude fazer nada.

Senti em fim, o calor de quem me chama

na calada da noite,

me convidando a viver;

um êxtase quase indolor e momentâneo.

compreendi finalmente o

verdadeiro sentido das coisas comuns.

Dil Erick
Enviado por Dil Erick em 30/04/2005
Reeditado em 07/05/2006
Código do texto: T13978