Vendendo Tudo
estou partipando
da maior
liquidação
dos tempos,
que de mal
ainda
está andando.
fui às ruas
e vi tudo
se vendendo:
desde o
pobre par de
sapatos,
à moça que,
dizem ser,
a mais nobre da
praça,
e, por isso,
seu preço é
dobrado.
só vendo !
a festa e a zona
são totais,
e os vinténs
correm de mão
em mão,
que se abrem igual
à camada de
ozônio.
não é fantasia, não!
não diria,
se não fosse
de todo verdade,
e coberto de mel
e chamas de
broas passadas,
que dá até
tosse.
na festa,
acabei
me vendendo também.
à preço de custo!
pois bobo não sou,
e sei quanto valho
sem dar
qualquer
susto !
me compraram
por duas moedas
e um par de
galochas.
fui feliz
pra casa do dono.
afinal,
quem não se
vende
nos dias
de hoje?
ou
da cabeça não regula
ou de todo é tonto !
a propósito,
era dia de Natal,
mas tudo,
pura
coincidência
fantasmagórica !
pois tinha até
homem vendendo
falência
do espírito !
quis chorar,
mas não deu tempo,
pois
já estava vendido,
e mal andando,
com falta até de
ar !
José Kappel
Enviado por José Kappel em 16/04/2006
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