ELEGIA MILENAR

ELEGIA MILENAR

Por que querer o mundo

o mundo feio e nojento

as vilas e as calçadas

eu... num uivo único

amo o ódio que me intriga

vivo sanguinário

cantando o suplício

eu enquanto ser

enquanto vil e ardiloso

esperançoso no acaso.

Jogo os dados

na espera enfadonha

o medo cintilado

o cálcio e ódio

a luta fria e medrosa

os algoritmos

os algarismos

os logaritmos

os meus estudos

a fragilidade do mundo.

A estratosfera me ama

o rubor lento

o sangue do homicida

o pedido de adeus arrependido

o cuspe no rosto alheio

o nojo fedorento

viva ao século XXII.

(02/07/04)

Ozimar Júnior
Enviado por Ozimar Júnior em 18/04/2006
Reeditado em 25/07/2008
Código do texto: T140993