Ventos
O vento agora muda
Muda a direção do acaso
E muda as idéias jogadas
O tempo continua...
Estático, infiel
Deixando tudo na mão oleosa do destino
E ele não se encontra em livros...
Verso e prosa
Nada contam sobre a busca
Há tanta inconstância
Que causa repugnância
Até mesmo em rimar.
Quem sobriamente deixa a decisão confrontar o acaso
Sempre medra ao deparar-se como o futuro
Os ventos mudaram a direção
Tornaram-se velozes e arrasadores
Na atmosfera sombria da noite
Ou no esperançoso acalento do dia
O vento não respeita o tempo
O tempo que difere das horas
Não desistimos agora
Do otimismo de outrora
Ou do que queríamos deixar para trás.
Na metamorfose do nada
A ventania do tempo e do vento
Modela o que queríamos estático,
Determina solitário o que desejávamos conjunto
E ainda assim não há como fugir
O que resta é ser carregado por este tornado.