A noite
A noite desce rápida
O sono logo vem
Enquanto existe sono, há vida.
E dormimos na noite
Outra noite, noite qualquer,
Que também desce em velocidade inalcançável
(na velocidade da luz)
Não queremos dormir, ignoramos o sono
Bocejando, à luz da lua
Ou talvez sem lua
Talvez no outono, no inverno
Na primavera, ou mesmo no verão
Sempre dormimos, diante do sono
Entregamos-nos, como guerreiros
Que entregam suas armas
Mas ainda desejam ter as suas almas
Pois sabem que não perderam tudo
Têm um dia pela frente. Assim como eles
Esquecemos todo o passado e
Quando dormimos queremos, ainda, acordar
Algumas noites exigem esforços
Bocejamos o sono e a preguiça
Em meio aos sons da noite não dormida.
Porque a noite é assim preguiçosa, amolecida.