A noite

A noite desce rápida

O sono logo vem

Enquanto existe sono, há vida.

E dormimos na noite

Outra noite, noite qualquer,

Que também desce em velocidade inalcançável

(na velocidade da luz)

Não queremos dormir, ignoramos o sono

Bocejando, à luz da lua

Ou talvez sem lua

Talvez no outono, no inverno

Na primavera, ou mesmo no verão

Sempre dormimos, diante do sono

Entregamos-nos, como guerreiros

Que entregam suas armas

Mas ainda desejam ter as suas almas

Pois sabem que não perderam tudo

Têm um dia pela frente. Assim como eles

Esquecemos todo o passado e

Quando dormimos queremos, ainda, acordar

Algumas noites exigem esforços

Bocejamos o sono e a preguiça

Em meio aos sons da noite não dormida.

Porque a noite é assim preguiçosa, amolecida.

Gustavo Chaves
Enviado por Gustavo Chaves em 21/04/2006
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