Pranto à Vida
Ando em ruas desertas esperando o socorro,
morrendo aos poucos sem notar.
Sou esfacelado por navalhas frias de minha consciência perturbada,
a solidão enche o trajeto com passos inconscientes.
Sons do devaneio e desejos insistem em seguir-me.
Meu corpo tenta progredir quebrando o gelo do sofrimento!
Permaneço oculto em meio a multidões, onde amores vem e vão,
mas nunca passam por minhas mãos.
Ó infeliz insignificante imperceptível aos olhos de Eros,
que nem por esmola é privilegiado
tal ser desqualificado, espera socorro!!!
No horizonte posso ver o anjo vingador,
abrindo caminho pelo meu passado contínuo.
Com um só golpe! desfaz o breu e transforma meu EU
Não vejo mais espinhos no meu caminho.
Com o silêncio posso ouvir minha mente gritar!
Sinto meu peito explodir,
calor e amor tomam meu mundo!
Não sou mais um moribundo!
Agora vejo o que é vida!