Pranto à Vida

Ando em ruas desertas esperando o socorro,

morrendo aos poucos sem notar.

Sou esfacelado por navalhas frias de minha consciência perturbada,

a solidão enche o trajeto com passos inconscientes.

Sons do devaneio e desejos insistem em seguir-me.

Meu corpo tenta progredir quebrando o gelo do sofrimento!

Permaneço oculto em meio a multidões, onde amores vem e vão,

mas nunca passam por minhas mãos.

Ó infeliz insignificante imperceptível aos olhos de Eros,

que nem por esmola é privilegiado

tal ser desqualificado, espera socorro!!!

No horizonte posso ver o anjo vingador,

abrindo caminho pelo meu passado contínuo.

Com um só golpe! desfaz o breu e transforma meu EU

Não vejo mais espinhos no meu caminho.

Com o silêncio posso ouvir minha mente gritar!

Sinto meu peito explodir,

calor e amor tomam meu mundo!

Não sou mais um moribundo!

Agora vejo o que é vida!

Secco
Enviado por Secco em 25/04/2006
Código do texto: T145110