Maturando o corpo da palavra
Há dias que mastigo o tempo
lavo-me nas águas do choro;
mais um dia sem poesia
engolindo vozes em conchas.
Flerto com alma do vizinho
gasto as palavras que calo
no pensamento enfileirado
...ainda sem colocar no papel.
Escorre o tempo junto a chuva
que cai no mesmo ralo;
apago as emoções,
e no vazio que me enche o espírito
deixo que dancem palavras;
quiçá um dia nasça
uma poesia com corpo e alma.