Intacta

Fitou-me os olhos para derrubar-me a sanidade

Mas acabou por elogiar-me a coragem

Quem há de enfrentar o que não se sabe?

Quem há de ser salvo por bondade?

Arrancou-me a roupa da piedade

Mas não se conformou com o calor que viu

Então engoliu a displicente frieza

É que talvez não se fez por mal.

Abraçou-me de tristeza até lágrimas saltarem-me meus olhos

Transformou este nobre sorriso em pedra por pura vaidade

Quebrou-me os ossos sem se condoer

Seu malefício tornou-se luxúria

Seu olho ígneo mutilou-me o corpo

Comeu-me o coração e não satisfeito ainda diabolicamente me corrompeu a mente

Mas a alma se salvou

Esta permaneceu intacta

Luyzla Garrido
Enviado por Luyzla Garrido em 30/04/2006
Reeditado em 02/05/2006
Código do texto: T147809