UM POETA MORRE A CADA DIA

Desenha num verso na nívea folha

Despudorar-se diante do papel

Mostrar a nudez da alma aflita

Ato mágico no parir poético

Surge uma letra, mais outras...

As palavras dançam ao invisível

Som da melodia ritmada do coração

Abstrai-se um verso, que triste

Quer companhia para existir

Mais um mais um, até ao poeta exaurir

As estrofes migram, procurando

Sua melhor colocação...

Será poesia, será canção...

Não importa...o amor foi a inspiração

Contemplando o filho recém parido

O poeta sente o findar daquela vida

Deverá morrer, para renascer

Na próxima poesia por ele escrita!

DENISE