PRENÚNCIO
Enquanto a distância mata-me de sede
De beber dos lábios teus
E desabriga-me do teu calor,
Leva-me
Para a ponta dos teus dedos
E percorra os caminhos dos teus estremeços
Para que eu sinta a maciez da tua pele quente
E rodeie a súbita rigidez do teu mamilo,
E ouça o teu gemido que não é ai
Quando o rasto do meu dedo em riste
Descer de costas para além do vê do teu decote
Buscando teu ventre,
Rodopiando
No teu halo
Umbilical
Para
Descer
Mais
Além,
Até
O
Hilo
Que inverta para dentro de ti
Toda a saudade minha
E a torne o mais puro desejo de mim
A percorrer pulsante todos os teus recantos
Como um grito que não é ai,
Como um ai que não é dor
E a deixe desfalecida,
Ainda mais flor, à espera de eu
Que virei buscar o meu coração
Que ficou guardado na tua carne,
Na tua carne mais quente.