PRENÚNCIO

Enquanto a distância mata-me de sede

De beber dos lábios teus

E desabriga-me do teu calor,

Leva-me

Para a ponta dos teus dedos

E percorra os caminhos dos teus estremeços

Para que eu sinta a maciez da tua pele quente

E rodeie a súbita rigidez do teu mamilo,

E ouça o teu gemido que não é ai

Quando o rasto do meu dedo em riste

Descer de costas para além do vê do teu decote

Buscando teu ventre,

Rodopiando

No teu halo

Umbilical

Para

Descer

Mais

Além,

Até

O

Hilo

Que inverta para dentro de ti

Toda a saudade minha

E a torne o mais puro desejo de mim

A percorrer pulsante todos os teus recantos

Como um grito que não é ai,

Como um ai que não é dor

E a deixe desfalecida,

Ainda mais flor, à espera de eu

Que virei buscar o meu coração

Que ficou guardado na tua carne,

Na tua carne mais quente.

Chico Steffanello
Enviado por Chico Steffanello em 30/04/2006
Código do texto: T148145
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