Cardíaco
Disparo versos
venenosas palavras
que escapam venosas
enquanto minha válvula mitral
contraí-se distraída.
Tenho as mãos ensangüentadas
do sangue que nega a vida
minha caneta engatilhada
dispara
inconstante
no instante
em que a parada cardíaca
fulminante
paralisa a poesia hipotética
no patético mundo,
imundo, apoplético.
Absorvo e observo
o cataclisma
pelo prisma inverso
pelo sonho anverso
pelo desconsolo
dos meus versos tolos.