A VOLTA
A estrada voa sob os meus pés...
Frenéticas as imagens passam na janela.
Ouço galhardo o som dos oboés...
Vejo-te em sorriso numa aquarela.
Sigo intrépido na rodovia infinda
Ébrio com os giros helicoidais do pneu.
O silêncio do motor anuncia a boavinda
E a calmaria no coração reviveu.
Do retrovisor apago o revés passado,
E o escape expele a fumaça sombria
Diluindo aos pouco todo o embaçado.
E minh´alma HOJE é toda combustível
Sobrevivente de uma longa agonia
Que de quimeras fez-se sonho crível.