A VOLTA

A estrada voa sob os meus pés...

Frenéticas as imagens passam na janela.

Ouço galhardo o som dos oboés...

Vejo-te em sorriso numa aquarela.

Sigo intrépido na rodovia infinda

Ébrio com os giros helicoidais do pneu.

O silêncio do motor anuncia a boavinda

E a calmaria no coração reviveu.

Do retrovisor apago o revés passado,

E o escape expele a fumaça sombria

Diluindo aos pouco todo o embaçado.

E minh´alma HOJE é toda combustível

Sobrevivente de uma longa agonia

Que de quimeras fez-se sonho crível.

Rubens Leite
Enviado por Rubens Leite em 02/05/2006
Código do texto: T149135