Com requinte

Com requinte

Angélica T. Almstadter

Quero um pedacinho de emoção,

Só uma lasquinha do teu coração;

Deixa na janela,minha parcela;

Que eu recolho ,sem que ninguém veja.

Ontem, quando teu sorriso me beijou;

Pude sentir, o gosto de cereja,

Que inundou meus lábios, quase virgens...

Atrás dessa face corada de vergonha,

Meu olhar, muito mais te desejou,

Longe da tua visão, tive vertigens.

Aquém do que a minh´alma sonha,

Meu corpo solitário te fareja,

E quando nas tardes, em mim passeias,

Tenho súbitos de poética desmedida;

Tenho suores de fadiga;

Pelo bardo que verseja,

Com a calma, permanentemente, inibida.

Desse naco, tão bem guardado,

Quero provar, em pequenos acepipes,

Dessa dose altamente letal,

Quero me fartar, sem recato,

Sou em ti, como em mim, imortal

Então vem, e me encharca de requintes.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 06/05/2005
Código do texto: T15068
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