Doce tentação
Angélica T. Almstadter
Onde acende a brancura dos meus seios?
Pouco importa, se na boca,
Ou nas mãos impuras,
Se a vertigem ronda e tonteia a razão,
Doce prisão essa nos teus arreios,
Para o bico que ponteia diabruras,
E falseia dentro das mãos.
Onde se deita a maciez dos meus seios?
Será na curvatura do teu corpo que o tempo verga?
Não importa. Nem se são nos cetins ou linho;
Se arrepia no calor que os alberga,
No leve tremor de dedos que os eriçam...
Onde apontam os meus seios buliçosos?
Sob a blusa fina que os esconde,
Quando teus olhares de leve cobiçam,
E os desvia envergonhado,
E nem sabe pra onde...
Com medo do pecado.
Onde se aninham meus seios amorosos?
Sob a luz insinuante da lamparina?
Nos meus sonhos de menina,
Com desejos indecorosos...