Em silêncio.

Nos lugares de ontem, sem teus olhos, sem teu corpo.

Marcas nos lençóis ainda quentes de paixão,

sem tuas cores e nós, segue o solo, de uma nota só.

Lívido de flores brancas. Se incompreensíveis de rouquidão, digamos apenas com gestos (ainda que o nosso legado seja a geração do silêncio).

Se abatidos de estupor que reste em nós a dádiva do assombro.

Dos dias menores que nos reste o melhor,

nos lábios sem sabor, lembre ainda que há doce e fel.

Em nós o vazio de dias vindouros,

sem amor, sem ouro.

Em teus braços o calor do meu corpo,

há de um dia voltar, ao lugar onde não estarei.

E lá permanecerá para sempre, em silêncio.

Leo Magno Mauricio
Enviado por Leo Magno Mauricio em 10/04/2009
Código do texto: T1532386